Tempted House of Night 6 - P.C. e Kristin Cast

05 novembro 2009
Mal foi lançado nos Estados Unidos o sexto livro da série House of Night – Tempted – já foi traduzido e disponibilizado pelas ávidas leitoras brasileiras. Ansiosa por natureza, não pude esperar para que fosse lançado no Brasil sei lá daqui a quantos anos e acompanhei a tradução dia a dia. Ainda estou um pouco abalada pelo final bombástico com o qual nos presenteou as escritoras P.C. Cast e Kristin Cast. Se a intenção delas, era deixar o leitor angustiado, irritado, confuso e ansioso para o sétimo livro da série – Burned - que será lançado em maio de 2010, com certeza atingiram seu objetivo.

Para quem nunca leu House of Night, vou fazer um resumo sobre a série que tem uma temática sobrenatural focada em vampiros. O primeiro livro foi lançado em 2007 sob o título de Marked, já no Brasil só foi publicado esse ano com o título Marcada. A série é centrada na personagem de Zoey Redbird, uma adolescente, descendente de índios cherokees, residente em Tulsa, Estados Unidos.

Diferente das lendas habituais sobre vampiros que conhecemos, em House of Night estes seres noturnos não são transformados por uma mordidas ou tem a existência escondida, na verdade eles são escolhidos e marcados (com o contorno de uma lua crescente na testa) ainda na adolescência para seguir a deusa Nix (divindade grega que representa a noite). Após marcados, os calouros aspirantes a vampiros vão para escolas chamadas House of Night espalhadas por todo o mundo, onde são instruídos e desenvolvem seus dons.

Ao mesmo tempo em que aprendem, os calouros começam a sofrer as mudanças que os transformarão em vampiros, passando a ter a lua crescente totalmente preenchida, além de surgir outras tatuagens. Contudo, nem todos os alunos reagem bem à transformação e acabam morrendo. Zoey é marcada aos 16 anos, porém não é uma caloura normal. Na verdade ela foi escolhida por Nix, para ser sua representante na terra e após um encontro pessoal com a deusa sua lua crescente é preenchida e com o passar dos livros ela vai ganhando tatuagens mesmo não sendo uma vampira ainda.

Ela é vista como anormal na escola e suscita ainda mais admiração e inveja após se tornar uma Alta Sacerdotisa de Nix em treinamento. No primeiro livro Zoey começa a descobrir seus poderes e vive conflitos tipicamente adolescentes, como aturar alunas invejosas e ver-se dividida entre dois rapazes, Erik – calouro gostosão da escola – e Heith – humano e ex-namorado.

Zoey é apresentada como uma garota valente com poderes excepcionais, mas também com muitos defeitos, como vemos no segundo – Betrayed - e terceiro livro – Chosen-. Ela mete os pés pelas mãos, vive um quadrado amoroso, trai Erik, não consegue se livrar de Heith e mente para os amigos. Por trás dos conflitos aparentemente pequenos e isolados, uma ameaça maior está tomando forma, que é na verdade a grande perigo da série pelo o que li nos livros até agora.

O quarto livro – Untamed – para mim é o melhor, pois Zoey está no fundo do poço, sem amigos, namorados e descobre que o grande inimigo é alguém que acreditava ser amigo. É a partir daí que a vida de Zoey realmente desanda. Se não bastasse a confusa vida amorosa de Zoey, as suspeitas mortes de vampiros e humanos, no quinto livro – Hunted – um imortal é ressuscitado e acredita que, Zoey é a reencarnação de uma índia feita de barro que amou e provocou sua prisão embaixo da terra. No final deste livro há o confronto entre Zoey e ele, mas tudo está longe de acabar.

Apesar de ter perdido a primeira batalha com Zoey, Kalona (o imortal) volta no sexto livro – Tempted -, que é o motivo desse post. Ele está mais disposto ainda a conquistar Zoey e, em alguns momentos, as autoras o mostram de uma forma tão apaixonada, que cheguei a ter pena dele e desejei que Zoey lhe desse uma chance. Aliás, uma das características fortes dessa série é a confusão de sentimentos que as autoras conseguem suscitar no leitor (bom, pelo menos em mim, é claro). No transcorrer dos seis livros, tive sentimentos dúbios com quase todos os personagens, mas principalmente, Zoey, Erik, Afrodith (amiga de Zoey) e Heith.

Com relação a Zoey não gostava dela no começo, achava ela muito confusa e egoísta por abusar dos sentimentos dos caras que gostavam dela, porém nesse último livro, me surpreendeu, ela está mais consciente e tenta tomar cada atitude com sensatez, apesar de ainda estar envolvida com mais de um cara (nesse livro com Erik, Heith e Stark).

Da mesma forma me sinto com relação a Afrodith e Heith, eles cresceram no meu conceito do primeiro livro para cá. Heith me surpreendeu se mostrando um cara muito compreensivo com Zoey. Já Erik que gostei desde o começo tornou-se um idiota nesse último livro. Na verdade, não gostei muito das autoras terem dado essa guinada na personagem.

Kalona não foge desse conceito, em alguns momentos ele é cruel capaz de destruir toda a raça humana e depois torna-se doce e disposto a mudar por Zoey. Acho que é essa característica na escrita de P.C. e Kristin que me encanta, pois mostra como não existe apenas o preto e branco, o mal e o bem, mas sim o ser humano que pode fazer tanto coisas boas quanto más e que a distinção entre uma coisa e outra depende muito do ponto de vista.

Para mim, em Tempted, as escolhas são o tema central. Zoey fica confusa ao perceber que Kalona pode escolher mudar e fazer o bem. A partir daí, Ela também passa a ponderar as suas escolhas sobre o que fazer com Kalona e isso assusta seus amigos. Ao mesmo tempo, Steive Rae (melhor amiga de Zoey e também caloura) vê-se acreditando na mesma coisa, mas com relação a um corvo escarnecedor (os corvos escarnecedores são os filhos de Kalona).

Enfim, House of Night apesar de, a princípio, parecer uma típica história adolescente sem muita profundidade, surpreende ao mostrar uma trama complexa, com muitos mistérios e surpresas. E diferente de outros romances, onde a heroína se apaixona por um cara e luta para ficar com ele o livro todo, nesse a pequena Redbird tem muitas opções e gosta de todos, o que nos deixa com muitas pulgas atrás da orelha...rss Que chegue maio logo.

Abraços, até a próxima.


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