O Amor é Cego? - Lynsay Sands

27 novembro 2009
"O Amor é Cego...?" da escritora Lynsay Sands é um romance histórico ambientado na Inglaterra e diferente da perfeição exaltada pela maioria dos romances deste estilo, nesse livro o amor está além das aparências. É uma história tranquila e gostosa de se ler, sem os dramalhões costumeiros e complôs em cada esquina. Os protagonistas são apresentados como pessoas com defeitos segundo os padrões de beleza, mas suas qualidades eclipsam em muito a aparência.

A história gira em torno de Adrian Monfort e Clarissa Crambray. Ele é um conde que há alguns anos foi considerado um dos homens mais bonitos de Londres, mas devido a um ferimento de guerra ficou com uma cicatriz no rosto que provocou muita comoção na sociedade londrina. O conde acaba se exilando em sua propriedade rural durante dez anos e quando, por insistência da mãe, resolve ir a um baile em Londre, conhece Clarissa.

A jovem de 24 anos, foi vítima de um escândalo há alguns anos, mas não bastasse isso, a madrasta a proíbe de usar óculos nos bailes para que não afugente os pretendentes. Contudo, a medida acaba trazendo mais prejuízo a moça, pois devido a fraca visão, acaba cometendo pequenos deslizes, como confundir a perna de um jovem com a mesa e colocar uma xícara em seu colo. Além de queimar a peruca de um de seus pretendentes com uma vela.

A sucessão de desastres acaba tornando Clarissa um sinônimo de encrenca e mais nenhum bom partido se interessa por ela, tendo apenas como pretendente um velho mulherengo. Quando a situação parecia não ter mais conserto, Clarissa conhece Adrian que, sabendo do seu problema, resolve conversar com ela e fica encantado com a forma direta e sincera da jovem se expressar. Ele resolve cortejá-la, mas a madrasta proíbe os encontros, devido a má fama que Adrian tinha quando mais jovem e a aparência de seu rosto.

Determinado em casar-se com a moça, Adrian começa a planejar diversas formas de se encontrarem, até que são pegos em uma situação constrangedora e a madrasta acaba por ter que aceitar o casamento. Apesar de toda a felicidade encontrada junto a Clarissa, Adrian sente-se inseguro, pois acredita que quando ela começar a usar os óculos novamente irá rechaçá-lo. Ele desconhece o fato de que Clarissa já tinha mandado fazer outros óculos, além disso, ela podia ver suas feições quando estavam bem perto. Porém, ela esconde o fato dele, pois teme que ele a ache feia com os óculos.

Mesmo diante de toda essa insegurança os dois se casam e começam muito bem a vida juntos. Contudo, um mistério está sobre eles, pois Adrian suspeita que muitos dos acidentes em que Clarissa foi protagonista tenham sido provocados. Ele inicia investigações para descobrir o culpado, enquanto os atentados continuam a ocorrer. Enfim, é o típico romance mamão com açúcar, mas acredito que a forma suave e ao mesmo tempo profunda como são expostos os sentimentos dos protagonistas e a narrativa gostoso de se ler, o diferencia de outros desse estilo. Em nenhum momento achei fanfarão ou forçados os diálogos e cenas de amor entre os dois, o que normalmente é comum nesse tipo de romance.

A escritora soube colocar de uma forma tão natural o envolvimento dos dois que pareceu ser uma coisa mais próxima do possível. Clarissa é uma moça comum, com um defeito comum e diferente de outros romances não tem seus dotes (como tocar piano, dançar, montar..etc) vangloriados no romance, a tornando algo inatingível. Suas qualidades expostas são generosidade e a capacidade de enxergar as pessoas como elas são. Já Adrian também não foi mostrado como o galante cavaleiro, belo demais para os olhos humanos. Ele tem defeitos, mas tem como pontos fortes, a determinação e a atenção.

Abraços, até a próxima.




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